Qualquer investidor sabe que não existem aplicações sem riscos. Mesmo assim, a busca por uma cesta de investimentos equilibrada pode, e deve, ser realizada. Para isso, é importante conhecer e usar as métricas de eficiência de carteira.
Sendo assim, apresentamos neste texto o que é e quais são esses índices, além dos principais métodos de avaliação de portfólios. Boa leitura!
Métricas de eficiência de carteiras
Na hora de escolher os produtos em que vai investir é muito importante realizar uma avaliação objetiva para ter uma noção real do retorno esperado e do risco necessário para o resultado pretendido. Existem, portanto, alguns índices que, se devidamente acompanhados, podem apontar para uma carteira eficiente. Veja!
Volatilidade
Esse é um índice bastante conhecido entre os investidores e tem como objetivo medir a oscilação de preços ou rentabilidade dos ativos. Para o seu cálculo, são usados dados de retorno referentes a um determinado período.
A volatilidade, no entanto, tem papel crucial quando quem gere a carteira sabe utilizar os seus resultados de forma estratégica. É preciso pensar, por exemplo, que quando se diz que um determinado produto possui uma alta volatilidade significa que seu valor varia rapidamente e de maneira intensiva.
A partir disso será possível dizer se certo ativo é de interesse para o portfólio estruturado, ou não, de acordo com o esperado, desde que baseado em uma análise minuciosa.
Matematicamente falando, a volatilidade nada mais é do que o desvio-padrão dos preços dos ativos em torno do valor esperado. Logo, quanto mais volátil for um produto, maior será o risco e, provavelmente, maior a probabilidade de retorno.
Torna-se, assim, muito importante saber o quanto de ganho pretende-se obter com a carteira escolhida. Afinal, para atingir mais retorno é preciso assumir riscos maiores, principalmente no cenário atual de Selic a 4,25% a.a.
Índice de Sharpe
Esta métrica foi desenvolvida pelo Nobel de Economia de 1990 William Forsyth Sharpe. Aliás, prêmio que foi dividido com Harry Max Markowitz, criador da Teoria Moderna de Portfólios, da qual falaremos um pouco mais adiante.
A grande função desse poderoso índice é delinear uma relação entre o retorno de um investimento e o risco a ele atrelado. Assim, ele mensura o retorno excedente do portfólio quando comparado à taxa livre de risco.
O índice de Sharpe é facilmente calculado da seguinte forma: a diferença entre o retorno esperado do portfólio e o retorno do ativo livre de risco dividido pelo desvio-padrão do portfólio.
A análise do resultado é também simples e aponta para o quanto de ganho foi conquistado para um determinado nível de risco em relação à uma aplicação livre de riscos.
Índice Treynor
O índice de Treynor também é um dos índices utilizados para examinar a performance de um portfólio. Embora ele seja calculado de forma semelhante ao índice de Sharpe, o denominador, no presente caso, não será a volatilidade e sim o Beta, que é o indicador do risco sistêmico da carteira.
Cabe destacar aqui, portanto, que os riscos sistêmicos são aqueles que interferem no portfólio de forma ampla e difere dos não-sistêmicos, que atingem apenas um ou um grupo de ativos na carteira.
O índice Treynor tem o mesmo objetivo que o que índice Sharpe. Assim, ele também segue a linha de que quanto maior for o índice de Treynor melhor é o resultado.
Estratégias para composição de carteiras
Na prática, a receita para a construção de uma carteira eficiente leva em consideração o seu perfil de investidor e os seus objetivos com o patrimônio investido. Mas isso não nos impede de compreender melhor os métodos que, além de justificarem a diversificação, apresentam um modo de lidar com os ativos que compõe uma cesta. Confira!
Teoria de Markowitz
Embora não exista uma fórmula única para determinar o portfólio de investimentos perfeito, existem maneiras de calcular qual o melhor retorno para um determinado nível de risco. A Teoria de Markowitz trata necessariamente disso.
Essa teoria é também conhecida como teoria do portfólio ou teoria da carteira, porque torna claro, com formalismo matemático, que a melhor maneira de mitigar os riscos é diversificando ativos.
O seu grande diferencial é não tratar os ativos apenas de forma individual, mas analisar a relação existente entre eles, porque o risco de um ativo isolado é diferente quando em conjunto com outros.
Nesse sentido, a avaliação de uma carteira de investimentos é dado pela volatilidade do próprio portfólio. Assim, para determinar o risco de uma carteira, são considerados a média de retorno dos ativos e a covariância entre seus pares.
Com esses dados é possível encontrar a fronteira eficiente de Markowitz que é uma representação gráfica que salienta as possibilidades para a composição da cesta com menor risco e melhor retorno.
Paridade de risco
Outra tática que também pode ser utilizada para a elaboração de uma carteira é a paridade de risco. A ideia por trás dessa estratégia é equiparar os riscos e, posteriormente, avaliar o impacto em cada ativo ou classe destes.
Dessa forma, não necessariamente existirá em uma carteira a mesma quantidade percentual de cada produto. Afinal, cada um vai contribuir de forma proporcional para o risco da cesta.
Em relação à elaboração de um portfólio que faz uso da paridade de risco, a alavancagem pode ser usada, desde que de maneira correta, para a redução de volatilidade e trazer equilíbrio para as aplicações. No entanto, é crucial ficar atento para que o risco de cada classe de ativos permaneça equiparados. Isso exige do investidor constante manutenção para que a cesta continue ponderada.
Importante destacar que, embora nesse texto nos refiramos ao planejamento de uma carteira eficaz, alguns fundos utilizam a paridade de risco. Fundos bem conhecidos como o All Weather Fund, AQR Risk Parity Fund e Horizon Risk Parity usam essa estratégia para a composição dos seus ativos.
Balanceamento entre risco e retorno
Com tudo o que foi visto é muito importante ter em mente que uma carteira eficiente é aquela que melhor atende os seus propósitos com o menor risco possível. Nesse sentido, é crucial saber equilibrar, usando medidas objetivas, o risco necessário para obter o retorno desejado.
Sendo assim, o uso de métricas de eficiência de carteira são indispensáveis para analisar o desempenho de portfólios e averiguar se os mesmos trazem, de fato, o resultado esperado. Afinal, esses são índices que trazem uma resposta tangível e que, por isso, torna mais eficaz o planejamento dos seus investimentos.
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