Uma das principais premissas defendidas pelos grandes investidores é a importância da diversificação. Quando se investe em ações, há diversas abordagens que podem ser adotadas. Isto é, além de utilizar a estratégia de alocação de ativos, é necessário entender as diferentes filosofias de investimento.
O “Growth Investing” – investimento em crescimento – e o “Value Investing” – investimento em valor – são duas estratégias do investimento de longo prazo. Em outras palavras, o primeiro tem como foca no potencial de crescimento de uma empresa e que visa dobrar sua receita, bem como, a lucratividade em um curto espaço de tempo. Por outro lado, não é tão focada para a distribuição de dividendos, visto que geralmente essas companhias utilizam os recursos para reinvestir em seu desenvolvimento e assim, atingir seus objetivos de crescimento exponencial.
Quanto à segunda modalidade, esta busca por ações de empresas descontadas a fim de potencializar o retorno no horizonte de tempo. Retornos de longo prazo são a principal meta. A estratégia constitui em adquirir ações de empreendimentos que possuem bons indicadores financeiros e perspectivas de crescimento. Em suma, segue muitos conceitos da análise fundamentalista.
Afinal, qual é a melhor estratégia a seguir? Growth ou Value Investing?
Entenda o Growth Investing
Inicialmente vale dizer que o mercado financeiro tenta antecipar o futuro. Dessa forma, as ações com elevado potencial de crescimento costumam apresentar múltiplos mais elevados. Esse indicadores maiores, implicam em uma expectativa de resultados futuros maior.
Um múltiplo nada mais é do que uma métrica que mede algum aspecto relacionado aos números financeiros da empresa.
Quando o investidor compra uma ação de crescimento, provavelmente acredita que a gestão da companhia continuará tomando boas decisões para manter o crescimento e que a mesma, será capaz de devolver um alto retorno sob o capital investido. No “Growth” as empresas estão sendo negociadas com preços superiores ao seu valor intrínseco, – preço justo de uma ação – mas que tem potencial para exceder exponencialmente seu atual valor de mercado.
Ações que seguem tal filosofia são bastante atrativas, uma vez que podem proporcionar retornos em pouco tempo, no caso das empresas forem bem-sucedidas. É uma maneira mais ativa de gerar retorno sobre o capital. No entanto, representam um risco maior em caso de não concretização do seu potencial, ou em situações que o investidor as adquire no pico do preço. Por isso, é necessário analisá-las com cautela.
O conceito do Value Investing
O britânico Benjamin Graham é conhecido no mercado como o “pai do value investing” e ficou famoso por ter sido professor de Warren Buffet. Além disso, Buffet, o megainvestidor norte-americano, é considerado a grande referência dessa filosofia.
A tradução literal para o termo seria “investimento de valor”. O propósito é encontrar o valor intrínseco – preço justo de uma ação – de uma empresa para decidir se as suas ações estão sendo negociadas por um preço vantajoso.
Quer dizer que os investidores buscam comprar ações baratas de boas empresas e tem expectativa que elas voltem ao seu valor justo.
O “Value Investing” é tido como uma filosofia mais defensiva, ao passo que objetiva a geração de renda passiva e investimento em papéis de primeira linha. Além disso, esses ativos ainda devem oferecem dividendos estáveis.
De acordo com a teoria, as ações são precificadas por meio das expectativas dos investidores, além de espelhar as emoções dos mesmos. Logo, quando os preços aumentam ou caem de forma considerável (em alguns casos) eles refletem mais os medos e ansiedades dos investidores do que dados concretos. Isso quer dizer que essas volatilidades não captam complemente o valor intrínseco de uma ação.
Qual estratégia escolher? Growth ou Value Investing?
Conforme um estudo do Bank of America Merrill Lynch, ao longo de um período de 90 anos, o investimento em valor superou o de crescimento.
Ao mesmo tempo que as ações de crescimento retornaram em média 12,6% a.a. desde 1926, enquanto as ações de valor geraram um resultado médio de 17% a.a. no mesmo horizonte de tempo.
Porém, normalmente, as ações de crescimento tendem a ter um bom desempenho em mercados em alta, taxas de juros baixas, bem como, expansão econômica. Por outro lado, investimentos em valor tendem a ter um bom desempenho quando as empresas se recuperam de turbulências de mercado.
De toda forma, a melhor solução é manter uma carteira bem diversificada, combinando ações de valor e crescimento a fim de potencializar o retorno e mitigar os riscos. Por isso, antes de investir, é muito importante que o investidor entenda melhor todos os riscos do produto e por isso, sempre consultar seu assessor de investimentos para uma escolha consciente.
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