Diariamente muitos investidores da bolsa de valores acompanham o preço das commodities dada a correlação delas com diversos ativos.
De forma geral, tudo que é matéria prima essencial, de baixo nível de industrialização, é chamado de commodity. São essenciais para as indústrias do mundo todo e possuem grande relevância na economia.
O preço delas estão diretamente ligados à produtividade mundial, visto que são produzidas em grande quantidade, sem diferença entre marcas, e inclusive podem ser estocadas sem perda de qualidade.
Porém, o preço das commodities é regido pelo livre mercado, respeitando a lei da oferta e demanda. A negociação e determinação dos preços da mercadoria ocorre em escala global.
Além disso, vale dizer que quando o investidor compra e vende uma unidade de café, por exemplo, não se trata do produto em si, mas sim, o seu valor de mercado.
Entendendo as commodities
O termo “commodity”, em inglês, significa “mercadoria”. A partir delas, podem ser fabricados diversos outros produtos.
Como dito anteriormente, uma commodity agrícola é, essencialmente, uma mercadoria que resulta da prática agropecuária e, portanto, submetida a um grau mínimo ou inexistente de industrialização.
Além disso, se trata de um produto homogêneo. Ou seja, não há diferenças entre o que se produz mundo afora, embora possam ser detectadas variações na qualidade.
Os tipos mais populares no mercado são: agrícola (trigo), mineral (ouro) e de recursos energéticos (etanol), entre outros. Existem também as commodities químicas como o ácido sulfúrico ou até mesmo as ambientais como a água.
Como investir nas commodities
As commodities, em geral, são negociadas no chamado “mercado futuro” através da B3, que funciona como um “contrato de intenção de compra e venda”. Não há qualquer transferência física de produtos.
Em outras palavras, quando o investidor negocia contratos de café, por exemplo, para uma determinada data ou preço, isto não significa que o mesmo irá receber sacas do produto no prazo acordado, mas sim, o retorno esperado caso o preço negociado seja atingido. O investidor pode, inclusive, vender esse contrato para outro participante do mercado.
Em suma, o produtor e o comprador combinam um preço hoje, para entrega e pagamento em uma data futura. O preço da commodity é tabelado para o futuro, isto é, caso o comprador venda em um momento no qual o preço está maior, ele terá lucro. Caso ocorra o contrário, quem lucra é o produtor.
Como dito, o investidor acessa esse mercado através da bolsa e poderá fazer isso pelo Homebroker do BTG Pactual Digital.
Os contratos são negociados por meio de códigos compostos por 6 caracteres que indicam o ativo, mês de vencimento e ano de vencimento.
Vale frisar que as commodities possuem características muito similares a outros ativos negociados no mercado de renda variável. Por isso é recomendável para investidores com algum grau de experiência e de perfil mais arrojado. Logo é preciso considerar sempre a eventualidade de uma perda e estar disposto a assumir riscos nas negociações.
Como é formado o preço das commodities?
Como todo ativo negociado em bolsa, os preços sofrem com as oscilações de acordo com a oferta e a procura e são dependentes de fatores como decisões governamentais e do próprio movimento do mercado.
Assim, são diversas as variáveis que influenciam no cálculo dos preços. A princípio são considerados o valor do prêmio de exportação e os custos (custos de produção, logística, tarifas portuárias etc.). Portanto, a principal referência da bolsa para formulação dos preços é a bolsa de Chicago nos EUA.
Por que são tão importantes para países em desenvolvimento?
O Brasil está cada vez mais dependente das commodities. Porém essa importância não se restringe ao Brasil. Elas são fundamentais para países em desenvolvimento de um modo geral, como a China, por exemplo.
Basta olharmos para os anos de 2000, a economia chinesa cresceu muito rapidamente. Por sua vez, o crescimento da indústria e da infraestrutura chinesas consumiu muita matéria-prima, como minério de ferro e petróleo.
Visto que a China é o país mais populoso do mundo, o aumento de seu consumo de commodities afetou preços globais. Ou seja, esses produtos se tornaram mais escassos e seus preços, consequentemente, sofreram uma elevação.
Como resultado vimos entrar muito mais dinheiro nos países exportadores dessas commodities, seja pela quantidade exportada ou pelo preço em alta. Não é por acaso que observamos um crescimento rápido nos países emergentes nesse período.
E é por isso, portanto, que o Brasil, em particular, teve seu crescimento econômico nos anos 2000, em boa parte, estimulado pela venda de commodities e, de modo mais incisivo, pela China.