Recentemente o Ibovespa atingiu os esperados 130 mil pontos, e você provavelmente deve ter se perguntado: “está na hora de comprar bolsa? Ou será que já subiu demais e está cara?”.
Primeiramente vale relembrar que o investidor de bolsa é aquele que tem conhecimento dos riscos, bem como possui o perfil de longo prazo.
Se a bolsa está cara ou barata depende do que acontecerá com os resultados das empresas. Muitos acabam olhando para as cotações dos papéis, mas, o que deve de fato ser levado em consideração são os resultados das empresas. Só eles dirão ao investidor.
Isto quer dizer que quando “compramos empresas”, estamos comprando a capacidade de elas entregarem gordos lucros no futuro. Lucros em alta tendem a resultar ações em alta. O inverso também é verdadeiro.
Como disse Peter Lynch, um investidor americano e ex-gestor do maior fundo de ações do mundo – o Fidelity Magellan Fund: “Mais dinheiro foi perdido por investidores se preparando para correções ou se antecipando a correções do que nas correções em si.”
Por isso é muito importante que o investidor de bolsa entenda além do lucro, o que significa o chamado Fluxo de caixa livre.
O que é
O lucro é o indicador financeiro mais popular no mundo dos investimentos, afinal de contas, todos querem investir em companhias com lucros gordos e crescentes ao longo dos anos.
Porém é com sua capacidade de geração de caixa que uma companhia pode pagar dividendos, recomprar ações, pagar suas dívidas, financiar aquisições ou novas oportunidades de crescimento.
Um ponto importante é que o número reportado como “lucro líquido” tem um propósito puramente contábil. Ou seja, alguns gastos não têm efeito caixa e estão incluídos em seu cálculo, assim certos gastos que afetam o caixa da companhia acabam ficando de fora.
De forma geral o “fluxo de caixa livre” é uma medida que adiciona ao lucro alguns desses gastos sem efeito caixa e deduz outros gastos que têm efeito caixa, com o intuito de medir de maneira mais acurada quanto dinheiro a companhia está gerando ou consumindo.
A depreciação e a amortização são alguns dos principais exemplos de gastos sem efeito caixa. A depreciação existe para alocar o custo de ativos fixos como imóveis, veículos ou equipamentos ao longo de suas vidas úteis.
Ou seja, não faria muito sentido levar em consideração um gasto de 1 milhão com a compra de um novo equipamento se o mesmo tem a expectativa de ser utilizado por 10 anos. O reconhecimento de um gasto de 100 mil por ano reflete melhor a realidade econômica da transação. Assim sendo, mesmo que esse 1 milhão tenha saído do caixa da companhia no primeiro ano, o que vai transitar pelo lucro no ano é um gasto com depreciação de 100 mil.
Por sua vez, a amortização é um gasto sem efeito caixa semelhante à depreciação, mas o seu objetivo é representar o consumo de ativos intangíveis – aqueles com uma vida útil superior a um ano, porém não são ativos físicos, como por exemplo, a licença de utilização de um software ou uma patente.
Dessa forma, o Investidor ao entender um pouco mais sobre o fluxo de caixa livre, evita cair em armadilhas ao analisar o preço ou a rentabilidade de uma companhia, utilizando seu lucro como principal referência.
Uma alternativa comumente adotada por analistas e investidores é olhar para o EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) como uma proxy para a geração de caixa da companhia.
Por fim, entender os conceitos e como/quando alguns indicadores podem não estar representando adequadamente a realidade é muito mais importante. O segredo da bolsa é comprar empresas e focar no longo prazo. Boas empresas a bons preços geram muito valor para seus acionistas a longo prazo.
Mas vale lembrar que antes de investir é muito importante que o investidor entenda melhor todos os riscos do produto e por isso, importante sempre consultar seu assessor de investimentos para uma escolha consciente.
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Este material, disponibilizado sob demanda, consiste em breve resumo de cunho meramente informativo, não configurando consultoria, oferta, solicitação de oferta, ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento ou produto específico. Este podcast não tem relação com objetivos específicos de investimentos, situação financeira ou necessidade particular de qualquer destinatário específico, não devendo servir como única fonte de informações no processo decisório do investidor que, antes de decidir, deverá realizar, preferencialmente com a ajuda de um profissional devidamente qualificado, uma avaliação minuciosa do produto e respectivos riscos face a seus objetivos pessoais e à sua tolerância a risco (Suitability).