Cenário da Inflação

28 de junho de 2021

Vimos nesses últimos tempos que o risco do velho fantasma inflacionário vem se concretizando. E a inflação voltou com força não apenas no Brasil, mas também em boa parte do mundo.

Isto é, o índice PCE – monitorado pelo Federal Reserve (FED) para a suas tomadas de decisão de juros – nos EUA, na base anual, avançou 3,6% contra expectativa de 3,5%. Importante ressaltar que este número foi acima da meta do FED que é de 2% a.a.

Já no Brasil, enquanto o índice IPCA está com um acumulado nos últimos 12 meses acima de 8% a.a., o índice IGP-M apresentou alta de 37% em 12 meses.

Mas quais são as razões por trás dessa forte alta dos preços?

Entendendo os motivos para a alta da inflação

1) Expansão fiscal e monetária: foram injetados na economia, desde março de 2020, mais de US$25 trilhões, ou seja, cerca de 30% do PIB global, por Bancos Centrais e governos ao redor do mundo. Dessa forma, é importante entender que graças a maior quantidade de dinheiro em circulação, os preços tendem a subir – mesmo que momentaneamente;

2) Recuperação econômica em 2021: dado que houve um avanço no cronograma das vacinas, bem como, no aumento de demanda gerada pelos estímulos econômicos. O Consenso de mercado espera um crescimento do PIB global de 6% em 2021, após uma queda de -3.3% em 2020;

3) Elevação dos preços nas commodities: foi gerada pelas razões anteriores e intensificou a pressão de custos nas empresas, que por sua vez se veem obrigadas a repassar – mesmo que uma parcela – ao consumidor;

4) Juros reais ainda em patamares negativos e bastante estimulantes no mundo inteiro;

5) Desbalanceamento entre oferta e demanda: a pandemia impactou as cadeias de produção no mundo todo, ao mesmo tempo que a demanda se recuperou rapidamente impulsionada pelos estímulos.

Meta Selic subiu de 3,5% a.a. para 4,25% a.a.

Na reunião do Copom, do último dia 17 de junho, o comitê decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual para 4,25% a.a.

Para o regulador, diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação, e, destacaram que o crescimento persistente dos preços tem se revelado acima do esperado principalmente entre os bens industriais.

Além disso, o comitê adicionou em seu balanço de riscos a deterioração do cenário hídrico, que contrata bandeira tarifária patamar vermelha 1 no mês de dezembro de cada ano, e a ociosidade da economia retomando em ritmo forte aos patamares de 2019, o que já se reflete no comportamento dos preços do setor de serviços.

No entanto, trata-se de um impacto transitório?

A grande discussão que atormenta o mundo atualmente é se essa aceleração da inflação é algo temporário ou não.

Dado que as cadeias de produção foram afetadas pela pandemia e que a procura voltou impulsionada com os pacotes de estímulo do governo, a inflação voltou a acelerar rapidamente.

Assim sendo, os bancos centrais têm sustentado a tese de que a alta da inflação é transitória. Isto é, na medida que a produção avance e o pico da demanda se normalize, o efeito inflacionário tende a se normalizar.

Qual tende a ser a resposta dos Bancos Centrais

Caso a inflação não ceda, os Bancos Centrais terão que responder, assim como o Banco Central brasileiro atuou ao antecipar o ciclo de alta de juros, aumentando a taxa Selic acima do que o mercado esperava.

Quanto às opções para o FED e ao Banco Central Europeu (ECB) são:

  1. Indicar que vão reduzir a compra de títulos no mercado, também conhecido como QE (quantitative easing), em inglês;
  2. Antecipar o ciclo de alta de juros, antes de 2022-2023.

Assuntos como inflação e alta nos juros ao redor do mundo trazem muitas oscilações aos mercados e classe de ativos. Sendo assim, é muito importante que o investidor entenda bem todos os riscos dos produtos que investe e por isso, importante sempre consultar seu assessor da ONE investimentos para uma escolha consciente.

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Este material, disponibilizado sob demanda, consiste em breve resumo de cunho meramente informativo, não configurando consultoria, oferta, solicitação de oferta, ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento ou produto específico. Este podcast não tem relação com objetivos específicos de investimentos, situação financeira ou necessidade particular de qualquer destinatário específico, não devendo servir como única fonte de informações no processo decisório do investidor que, antes de decidir, deverá realizar, preferencialmente com a ajuda de um profissional devidamente qualificado, uma avaliação minuciosa do produto e respectivos riscos face a seus objetivos pessoais e à sua tolerância a risco (Suitability).

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