BDRs: diversifique sua carteira investindo no exterior

21 de agosto de 2020

Nos últimos anos observamos um movimento estrutural de queda nas taxas de juros no Brasil, atualmente no menor patamar já visto antes. Juros mais baixos é a nova realidade do nosso país.

Tal movimento tem pressionado os investidores a buscarem uma maior exposição em ativos de risco bem como, diferentes classes de ativos com o intuito de atingir resultados mais satisfatórios.

De acordo com os melhores investidores, a diversificação é o caminho para mitigar riscos e potencializar os ganhos. Assim, nada melhor do que buscarmos mercados globais, uma vez que a correlação entre ativos locais e internacionais é muito baixa.

Aplicar em fundos e ações no exterior faz com que o investidor capture crescimentos sustentáveis em outras economias e mercados. Sendo assim, manter a concentração única e exclusivamente no Brasil pode custar caro ao investidor.

Diversificação global funciona

Um portfólio composto basicamente por fundos locais, estará diretamente correlacionado ao risco Brasil. Dessa forma, investir em estratégias no exterior pode melhorar a relação risco x retorno das carteiras de investimentos, uma vez que os preços dos ativos lá fora são impulsionados por diversos aspectos. Ainda assim, uma grande vantagem de possuir ativos em economias de moeda forte, é a manutenção do poder de compra no cenário global. Visto que o Real oscila com mais frequência que o Dólar ou o Euro por exemplo.

Como dito anteriormente, a baixa correlação internacional com os ativos brasileiros poderá funcionar como proteção aos eventos de estresse como vimos no Joesley Day, Greve dos Caminhoneiros, escândalos políticos, Impechment da Dilma, etc.

Vale ressaltar que diversificar não quer dizer renunciar a retornos atrativos. Pelo contrário, é possível rentabilizar de formas diferentes sem depender de uma única economia.

O Brasil em comparação ao mundo

Se notarmos, o Brasil representa algo próximo a 2,5% do PIB global. Para fins de comparação, os EUA representam mais de 20% e a China mais de 15%. Isso mostra que nosso país ainda é uma economia pequena e fechada comparado às demais.

Dentre as mais de 40 mil empresas listadas no mundo, a bolsa brasileira possui cerca de 400 empresas listadas. Inclusive a Apple, listada nos EUA, em capitalização de mercado, é maior que a própria B3.

Oportunidades para investir no exterior

Vale ressaltar que investir fora do Brasil não quer dizer que o investidor necessariamente vai ter exposição cambial.

É possível investir em fundos aqui no Brasil na versão em dólar, que tem a exposição cambial (fundos sem “hedge”), bem como em reais, que por sua vez oferece proteção contra a variação cambial (fundos com “hedge”).

Quando o investidor aplica em fundos em reais, este não precisa se preocupar com as oscilações do dólar, dado que os retornos estarão protegidos contra as altas e baixas da moeda.

Na plataforma do BTG existem diversos fundos internacionais como o LEGG MASON CLEARBRIDGE US LARGE CAP GROWTH FIA IE, que aplica em empresas com alta capitalização na bolsa americana, bem como o RBC GLOBAL CREDITS IE FIC MM, gestora holandesa e maior expoente de ESG, ambos sem exposição cambial.

Entendendo os BDRs

De forma inédita no Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) alterou as regras para a negociação de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), isto é, certificados que representam ações emitidas por empresas estrangeiras, cuja negociação é feita no pregão da B3.

Isto quer dizer que o investidor ao comprar este tipo de papel na bolsa brasileira, equivale a comprar ações de empresas que são negociadas no exterior.

Apesar de já serem negociados aqui, até o momento só estavam disponíveis para investidores com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, os chamados “investidores qualificados”.

Isso quer dizer que após a nova resolução publicada pela autarquia e, a partir de setembro, o pequeno investidor poderá passar a negociar neste mercado. Inclusive as empresas brasileiras que listaram seus papéis nos EUA, poderão negociar aqui seus recibos.

O investidor precisa ter muita cautela com a liquidez que muitas vezes é menosprezada. São quase 3 milhões de investidores que negociam atualmente na B3 e aproximadamente 5 mil investidores em BDRs.

Além disso, este ainda é um mercado bastante tímido que, apesar de crescente, precisa se desenvolver.  Atualmente existem cerca de 550 BDRs listados no Brasil, diferentemente dos EUA, cuja bolsa possui mais de 4 mil empresas listadas e diversos ETFs disponíveis.

Os fundos de índice

De forma geral, o ETF – “Exchange Traded Fund” – é um tipo específico de fundo de investimento negociado em bolsa, aqui no Brasil na B3, que tenta replicar um índice. O investidor inclusive consegue comprar via o Homebroker do BTG Pactual Digital.

Hoje no Brasil existem 23 ETFs negociados na B3 e nos EUA, por exemplo, são mais de 2 mil negociados nas bolsas americanas – como ETFs de moedas, metais preciosos, produtos agrícolas, ações negociadas em bolsas do mundo inteiro.

O ETF possui gestão passiva, dado que replica índices como o Bovespa e demais índices de ações como, também, índices de renda fixa – títulos públicos e juros futuros. Estes de renda fixa, embora tenham esse nome comportam-se como investimentos de renda variável, permitindo operações de curto prazo para aproveitar as variações dos juros.  

Uma das vantagens do ETF é que um único ETF pode representar um investimento com mais de 70 ações que fazem parte do Ibovespa como mais de 500 ações que fazem parte do S&P500 – principal índice da Bolsa americana. E essa diversificação é possível fazer com valor baixo.

O interessante ao comprar este produto é a transparência, uma vez que o investidor sabe qual é a exata composição da carteira, aberta ao público e com pesos atualizados diariamente.

Hoje são mais de 200 mil investidores brasileiros (pessoas físicas) que começaram a investir neste mercado nos últimos meses.

Aqui na B3 temos dois ETFs que seguem o S&P500 (bolsa americana): IVVB11 e o SPXI11.

Por fim, como comentado, não se trata de um investimento conservador, muito pelo contrário. Antes de investir, é muito importante que o investidor entenda bem todos os riscos do produto e por isso, importante sempre consultar seu assessor de investimentos para uma escolha consciente.

O conteúdo acima exposto possui finalidade meramente informativa / educativa, desta forma não deve ser compreendido como oferta ou recomendação de serviços ou produtos.

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