No dia 09 de fevereiro a gestora brasileira Hashdex lançou o primeiro ETF de criptomoedas do mundo, o chamado Hashdex Nasdaq Crypto Index.
Negociado na Bolsa de Bermudas, e disponível a um pequeno grupo de investidores, o fundo replica a carteira do NCI (Nasdaq Crypto Index), desenvolvido para espelhar o mercado de cripto no longo prazo.
O processo de escolha das criptomoedas é realizado, trimestralmente, mediante rígidos critérios de elegibilidade.
Apenas investidores com acesso à Bolsa de Valores de Bermudas é que conseguem acessar o ativo. Porém, os brasileiros conseguem ter exposição ao Nasdaq Crypto Index de forma indireta através dos fundos da gestora Hashdex, alguns com 20%, 40% ou 100% de exposição, já disponíveis na plataforma do BTG Pactual Digital.
Entendendo o Nasdaq Crypto Index (NCI)
O NCI foi desenvolvido pela Nasdaq em conjunto com a Hashdex. O intuito da bolsa americana era capturar exclusivamente os criptoativos mais líquidos e favoráveis para grandes instituições.
Hoje existem mais de 8 mil criptoativos disponíveis para negociação.
A Nasdaq destacou os critérios principais requeridos para que uma criptomoeda seja incluída:
– Preço flutuante;
– Negociado em pelo menos três corretoras de cripto qualificadas;
– Suportado por pelo menos dois custodiantes internacionais;
– Alta liquidez;
– Representação do mercado mínima de 0,5%
A composição do NCI é revista a cada três meses e o peso de cada ativo no índice é calculado por valor de mercado.
Hoje a composição reúne: Bitcoin (BTC) com peso de 79,68%, Ethereum (ETH) com peso de 16,93%, Litecoin (LTC) com peso de 1,24%, Chainlink (LINK) com peso de 1%, Bitcoin Cash (BCH) com peso de 0,64% e Stellar (XLM) com peso de 0,5%.
Como investir no produto
Apesar do ETF ser gerido por uma empresa brasileira, até então não é negociado na B3. Assim, é necessário que o investidor adquira o ativo por meio de uma instituição internacional ou mediante a entrada em alguns fundos que inclusive são distribuídos no BTG.
Destinado para os investidores em geral, o HASHDEX CRIPTOATIVOS DISCOVERY FIC FIM aloca até 20% dos seus recursos no Hashdex Nasdaq Crypto Index e a parte remanescente é aplicada em produtos de renda fixa de baixo risco atrelados ao CDI. A aplicação mínima é de R$ 500,00 e a rentabilidade em 2020 foi de 40,1%.
Por sua vez, o HASHDEX CRIPTOATIVOS EXPLORER FIC FIM está disponível para investidores qualificados, cujo fundo tem exposição de até 40% dos recursos em criptoativos. Quanto ao percentual restante, estes são investidos em renda fixa. O aporte mínimo é de R$ 10.000,00 e a rentabilidade acumulada no ano passado foi de 93,8%.
Quanto ao HASHDEX CRIPTOATIVOS VOYAGER FIM IE, tal fundo é voltado para investidores profissionais e o aporte inicial é de R$ 10.000,00. A estratégia do fundo é investir até 100% dos recursos no Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, que replica os ativos do Nasdaq Crypto Index. A rentabilidade acumulada no ano de 2020 foi de 343,4%.
HASH11
Recentemente a B3 aprovou o primeiro ETF de cripto na B3, um portfólio equilibrado que representa o crescente mercado de ativos digitais.
O gestor será a Hashdex e o ativo terá o ticker HASH11, bem como será negociado na B3 a partir do dia 22 de abril. Os clientes do BTG Pactual Digital caso tenham interesse, poderão solicitar a reserva através do site até o dia 16 de abril.
Vale dizer que no Brasil, a legislação não permite que os ETFs paguem dividendos. Além disso, os criptoativos não são ativos geradores de renda.
Ademais o HASH11 será dolarizado. Isto porque, apesar dos criptoativos serem negociados em real, a referência do preço deles é em dólar, portanto estarão expostos à oscilação da moeda.
Vantagens e desvantagens ao se aplicar no ETF
Por se tratar de um ETF que replica o rendimento ponderado das principais criptomoedas do mundo, pode ser uma boa opção ao investidor que busca por diversificação e potencial de valorização.
Entretanto, se trata de um mercado que passou por grandes valorizações e desvalorizações ao longo dos últimos tempos. Os criptoativos são extremamente voláteis, além de possuir grande imprevisibilidade.
Se os movimentos de mercado podem ser responsáveis por grandes valorizações em certo período, por outro, podem gerar grandes prejuízos ao investidor.
Deter uma pequena quantidade nessa nova classe de ativos pode melhorar os retornos da carteira de investimentos.
De toda forma, é muito importante que o investidor considere uma pequena parte de seu portfólio. Por isso é recomendável que o mesmo converse com seu assessor de investimentos para uma escolha consciente.
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