O comportamento dos mercados em governos Republicanos e Democratas

19 de novembro de 2020

Recentemente tivemos o resultado das eleições para a cadeira presidencial nos EUA.

Mas você sabe como os últimos 13 presidentes, entre eles republicanos (cor vermelha) e democratas (cor azul), afetaram o retorno dos investimentos nas bolsas americanas entre 1945 e 2020?

Além disso é viável para o investidor brasileiro aplicar em ativos atrelados ao desempenho das bolsas lá fora?

Análise histórica

Se analisarmos a performance histórica do índice S&P 500, índice que mede o desempenho das 500 ações mais importantes negociadas nos EUA (como se fosse a B3 aqui no Brasil), notamos que as maiores altas ocorreram em governos de presidentes democratas.  Basta olharmos para a alta dos governos Clinton e Obama que foram de 200% e 181% respectivamente.

De forma geral, os democratas dispõem de uma visão de mundo mais progressista, com valores que reconhecemos aqui no Brasil como “esquerda” ou “centro-esquerda”. Por sua vez, os republicanos possuem uma visão de mundo mais tradicionalista, com valores considerados de “direita” ou “economias mais liberais”.

Vimos que democratas e republicanos alternaram o poder. Assim de certa forma os exageros de um governo acabaram sendo endireitados e suavizados pelo governo de visão oposta que assume na sequência.

Políticas econômicas

Comumente o modo dos democratas de governar o país resulta em mais gastos públicos e consequentemente aumento da dívida pública. O partido considera que é papel do governo estimular a economia por meio de auxílios e subsídios para as pessoas, empresas, bancos.

A partir do momento que são motivados a gastar e se endividar mais, a economia tende a crescer no curto prazo. Quando a economia cresce, as empresas vendem mais, lucram mais e como resultado, as ações tendem a se valorizar na bolsa.

Por outro lado, tanto o endividamento das famílias, empresas quanto governo tornam-se um problema no longo prazo, porém, as administrações progressistas tendem a enxergar essas dificuldades, como assuntos que serão solucionados por gerações e governos futuros.

Se olharmos os dados, podemos ver que a bolsa americana apresentou uma rentabilidade média de +1,5% no período entre a eleição e a posse de um presidente republicano. Enquanto isso, no mesmo período, a bolsa apresentou alta de +0,9% quando um presidente democrata venceu. Entretanto, a performance do S&P500 durante o governo republicano foi de +22,5% e no governo democrata a alta foi de +47,6%.

Além disso, a taxa de crescimento anual foi de 3,5% no governo republicano e de 12% no governo democrata.

Em suma, vale dizer que a reação da bolsa é mais positiva quando há a vitória de um candidato republicano, mas, o desempenho da bolsa é melhor durante o governo democrata, dado que são gestões em que o governo está motivado a gastar e se endividar mais no curto prazo. De outro modo, quanto mais gastos, mais as empresas vendem e lucram.

Impactos em outros mercados

O S&P500, como dito, mede o desempenho das 500 ações mais importantes negociadas nas bolsas americanas como a bolsa de Nova Iorque e a Nasdaq. Geralmente uma tendência de alta na bolsa americana produz impacto positivo em todas as bolsas do mundo.

Se olharmos o desempenho de algumas classes de ativos durante os últimos quatro mandatos presidenciais, enxergamos que com os democratas, as ações americanas subiram em média 14,5% a.a. (S&P500 TR Índice – SPXTR). Ademais, as ações de países desenvolvidos tiveram valorização de 10% a.a. Quanto aos mercados emergentes – como Brasil – os mesmos tiveram retornos de 7,1% a.a.

Em contrapartida, no governo dos republicanos, as ações dos Estados Unidos cresceram em média 3% a.a., as ações de mercados desenvolvidos 2,9% a.a. e por fim a dos emergentes em torno de 8,3% a.a.

Vale dizer que resultados passados não são garantias do que pode acontecer no futuro. Mas, de toda forma, os dados mostraram que os governos que mais gastaram e se endividaram, tiveram melhor performance na bolsa no curto prazo. Por outro lado, este aquecimento da economia pode desencadear maior inflação e como consequência, uma alta dos juros.

A fim de buscar exposição na bolsa norte-americana, o investidor brasileiro consegue capturar os movimentos através de ETFs – fundos de índice – negociados na B3 e que refletem o desempenho do S&P500. Inclusive consegue comprar via home broker do BTG Pactual Digital.

Uma das vantagens do ETF é que um único ETF pode representar um investimento com mais de 70 ações que fazem parte do Ibovespa como mais de 500 ações que fazem parte do S&P500. Essa diversificação é possível fazer com baixo valor.

Além dos fundos de índice, o investidor também consegue aplicar por meio dos BDRs de ações negociadas no mercado lá fora. Para investir é muito simples, basta abrir o home broker e buscar pelo ticker da ação que deseje adquirir. É muito importante se atentar para alguns fatores como a liquidez do papel, uma vez que anteriormente só investidores qualificados estavam aptos a investir em BDRs.

Por fim, também é possível investir através da abertura de uma conta no exterior. Inclusive o Banco BTG Pactual oferece este serviço aos seus clientes. A vantagem de se investir fora do país está na possibilidade de ter parte do patrimônio investido em outra moeda, assim suas variações não dependerão de decisões políticas brasileiras.

O conteúdo acima exposto possui finalidade meramente informativa/educativa, desta forma não deve ser compreendido como oferta ou recomendação de serviços ou produtos. A One Agentes Autônomos de Investimentos Ltda é uma empresa de agentes autônomos de investimento devidamente registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na forma da Instrução Normativa nº 497/11.

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