Índices de Confiança

10 de fevereiro de 2021

O chamado Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), caiu 2,7 pontos de dezembro de 2020 para janeiro de 2021. Foi a quarta queda consecutiva do indicador, que atingiu 75,8 pontos em uma escala de zero a 200 pontos, o menor patamar desde junho de 2020 (71,1 pontos).

A intenção do consumidor em comprar e demandar produtos e serviços é essencial para o funcionamento da economia. Dito isto, um dos indicadores fundamentais para realizar qualquer análise sobre o mercado é o Índice de Confiança do Consumidor.

Para o investidor é indispensável entender o impacto dos índices de confiança para avaliação da conjuntura macroeconômica de um país.

Entendendo a confiança do consumidor

De forma resumida, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresenta uma série de dados e indicadores, calculados pelos institutos de economia. Estas instituições, apontam a disposição do consumidor em comprar e demandar bem e serviços no mercado em um período futuro.

Ao se tratar sobre confiança do consumidor, falamos em relação ao índice medido pela FGV, cuja sigla é o ICC. Os dados são expostos de forma mensal e são calculados nas três primeiras semanas do mês.

Tal divulgação teve inspiração nos dados de expectativa do consumidor na Europa, bem como nos EUA que é dado pelo “livro bege”, considerado de grande importância na condução de políticas econômicas.

Como funciona o ICC?

O ICC é firmado como uma medida de indução ou redução do crescimento numa economia. No momento em que é feito a entrevista para compor o índice, pergunta-se ao consumidor sobre a sua percepção em relação a economia e suas expectativas em relação ao futuro.

Além disso é questionado se o investidor tende a gastar mais, dado que o consumo é posto como um dos principais fatores que movem o PIB. Ademais, maiores intenções de consumir, representam maiores chances de crescimento econômico.

Por outro lado, a falta do desejo de consumir pode apontar numa desaceleração da economia.

O índice de confiança do consumidor no Brasil

Se formos observar o histórico da última década, a confiança esteve em declínio de 2011 até o pico da crise econômica. Este fato é uma representação da capacidade do índice em prever acontecimentos macroeconômicos.

Analistas e especialistas de mercado já enxergavam através do índice de confiança que a economia não estava indo bem. A crise só passou a atingir de fato o Brasil no ano de 2014.

A partir de 2015 a confiança passa a ter certa recuperação e, se alinha com um momento de melhora econômica, em que o PIB brasileiro passou a subir levemente nos anos de 2017 e 2018.

Índice de confiança do empresário

Além do índice de confiança do consumidor, são calculados também medidas em relação ao empresário, por meio do Índice de Confiança do Empresário (ICE). Tal indicador prevê o volume de investimento futuro na economia. O que aumenta ou diminui a confiança dos empresários são os resultados de suas empresas e as informações que podem acessar sobre o mercado onde atuam.

Deste modo, caso os empresários se mostrem mais confiantes, significa que a economia tende a crescer. No fim de contas, mais investimentos serão feitos e mais postos de trabalho serão criados.

Em contrapartida, se a confiança dos empresários cai, pode-se refletir numa diminuição dos investimentos. Este sinal traria consequências negativas para a economia, uma vez que menos investimentos se traduzem em menos postos de trabalho criados. Além disso, se a confiança não vai bem, pode haver aumento de demissões.

Importante dizer que inclusive os próprios empresários analisam o Índice de Confiança do Consumidor, já que a maior propensão a gastar, se traduz em aumento de demanda. Em suma, o aumento da demanda eleva as vendas e lucros das empresas.

Se analisarmos o histórico desta medida, vemos um grande movimento de queda na confiança entre 2010 e 2016 e um grande movimento de otimismo entre 2016 e 2020, interrompido pela crise de 2020. O nível de confiança foi o menor já registrado, ficando abaixo do registrado na crise de 2008 e na crise política que resultou no impeachment em 2016.

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