Sua empresa está exposta ao dólar? Saiba como se proteger

8 de novembro de 2019

Para empresas que trabalham com o mercado exterior, o risco de ter seus resultados prejudicados pela variação cambial é alto. Isso acontece porque, além de todas as burocracias e cuidados com a qualidade dos seus produtos e serviços, elas precisam lidar com a exposição ao câmbio diariamente.

Essa variável, fundamental para o mercado, indica se uma moeda está mais valorizada do que outra. Para essas companhias, qualquer oscilação pode indicar um prejuízo bem grande em seu fluxo de caixa, sendo crucial, inclusive, para definir a sua continuidade.

Porém, uma das melhores formas de lidar com essas situações é entender como essa exposição funciona. Aqui, vamos esclarecer todas as principais dúvidas sobre esse tema.

Como funciona a exposição cambial?

Para uma empresa estar exposta ao câmbio, não necessariamente precisa vender ou comprar produtos fora do país. Ela também pode fazer investimentos/financiamentos internacionais, estando suscetível a sofrer com as oscilações da moeda estrangeira em questão.

Nesse sentido, uma companhia que faz operações ou transações usando a moeda de outro país, pode sofrer com dois tipos de risco:

  • quando exporta ou importa produtos e há a possibilidade de os valores dos contratos serem alterados por conta das variações cambiais.
  • com os financiamentos feitos em moeda estrangeira, em que ela fica com toda a dívida exposta em moeda estrangeira;
  • com os investimentos estrangeiros, em que ela precisa converter seus rendimentos para a moeda nacional;

Como fazer para não ser afetado pelo momento do câmbio?

Há alguns cuidados importantes para trabalhar melhor com essa variável. De início, é fundamental conhecer algumas das técnicas de proteção, como por exemplo o NDF e o SWAP.

Spread

Outro fator é o spread, que é a diferença entre o valor da demanda e da oferta de um ativo. Essa é uma situação que é bastante comum em operações de câmbio e afins.

Por exemplo, em uma operação, o investidor não pode esperar vender um ativo pelo mesmo preço que ele comprou; assim, geralmente, haverá um spread em relação ao custo do papel, seja pela diferença entre oferta e demanda ou seja pelo custo de operacionalização da compra ou venda do ativo. Nos grandes bancos, o spread tende sempre a ser maior pela comodidade ou pelo simples fato de não precisarem ser competitivos para reter seus clientes.

Como travar o câmbio?

As principais formas de proteção para fluxo de caixa em moeda estrangeira são: NDF, SWAP e opções.

NDF

NDF, ou Non Deliverable Forward, é uma espécie de contrato a termo de moeda em que não há uma entrega física do dinheiro.

Sendo assim, para evitar riscos, é preciso prestar atenção às limitações que esses contratos podem fornecer. É preciso entender que muitas das estratégias não são tão viáveis para o longo prazo. Por exemplo, um contrato a termo pode ser utilizado em um período determinado por uma taxa de câmbio x. Durante esse período, se a taxa aumenta, isso claramente não afeta essa negociação, mas afetará o próximo contrato, aumentando o seu valor.

Outro problema que o investidor pode encontrar é a falta de liquidez para prazos determinados, sejam eles curtos demais ou longos demais.

SWAP

Esse instrumento consiste em um acordo entre duas partes que trocam o risco de uma posição ativa (credora), ou passiva (devedora), em data futura, conforme critérios preestabelecidos. Os swaps são bastante comuns com posições envolvendo juros, moedas e commodities.

Apesar de muitos autores considerarem o swap uma evolução, sua estrutura é bastante semelhante a dos antigos contratos a termo.

Contrato a termo

Bastante semelhante ao contrato futuro, esse tipo de negociação tem como principal diferença ser menos padronizado. Em seu fundamento, é um derivativo em que as diferenças de preço não serão ajustadas diariamente, como no futuro, devendo ser reguladas apenas no vencimento.

Contrato futuro

É um tipo de negociação em que uma companhia estabelece o valor da moeda para uma transação, o quanto receberá e quando isso ocorrerá. É uma maneira de antecipar as quantias e saber o quanto é possível receber.

E nas operações de crédito, como fazer?

Os dois instrumentos mais comuns que aliam crédito e antecipação de recebíveis em moeda estrangeira, são:

ACC

ACC nada mais é que a sigla para Adiantamento sobre Contrato de Câmbio, geralmente fornecido por instituições financeiras voltadas ao comércio exterior. Essa é uma estratégia que, como o próprio nome diz, funciona como uma antecipação de valores. O que acontece, por exemplo, é que o interessado pode adiantar o custo de uma exportação antes mesmo de recebê-la.

ACE

Já o ACE, é o Adiandamento sobre Cambiais Entregues. É um mecanismo similar ao ACC, só que contratado na fase de comercialização ou pós-embarque.

Após o embarque dos bens, o exportador entrega os documentos da exportação e as cambiais (saques) da operação ao banco e celebra um contrato de câmbio para liquidação futura.

Então, o exportador pede ao banco o adiantamento do valor em reais correspondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter um financiamento competitivo para conceder prazo de pagamento ao importador, o exportador também fixa a taxa de câmbio da sua operação.

Você pode notar que as transações cambiais necessitam de uma atenção maior por parte da empresa, visto que consistem em analisar não só o preço do ativo, como também os custos envolvidos e o melhor instrumento para realizar a operação.

Sendo assim, é preciso encontrar formas de tentar fixar o preço do câmbio, de modo que a oscilação cambial prejudique cada vez menos o andamento de uma empresa em funcionamento.

Gostou do nosso post sobre a exposição a câmbio? Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Não se esqueça de comentar!

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