Títulos públicos: entenda como funciona o mercado e como investir

19 de julho de 2019

Entre os investimentos da categoria de renda fixa, os títulos públicos são os mais conhecidos. Com uma média de 551.695 investidores, não é difícil perceber a sua popularidade. Mas é bom lembrar que ser popular não é sinônimo de que entendem sobre essa aplicação. Aliás, é bem provável que as pessoas até achem que o nome verdadeiro é Tesouro Direto, quando na verdade esse é o programa.

A fim de explicar um pouco melhor sobre essa e outras informações sobre esses títulos. Nós da One Investimentos resolvemos juntar tudo o que você precisa saber sobre esses ativos de renda fixa. Entenda!

O que são os títulos públicos?

Os títulos públicos são papéis que representam as dívidas do Governo Federal. Eles são emitidos com o objetivo de arrecadar dinheiro para complementar os cofres públicos. Quando alguém investe, ou seja, compra um título, ele está ajudando o Governo a ter mais recursos para investir em projetos para melhorar o país. Esses títulos fazem parte do programa Tesouro Direto, desenvolvido em 2002 pelo Tesouro Nacional em parceria com a BM&F Bovespa.

Quais são os tipos de títulos oferecidos?

São encontrados três tipos de títulos na plataforma. Vamos conhecer quais são.

Pré-fixados

Os tesouros pré-fixados são dois títulos: LTN e NTN-F. A principal característica desse tipo de ativo é que sua rentabilidade é determinada no início do investimento. Os juros são pagos em diferentes períodos, por exemplo, para o LTN é no prazo final, enquanto, para o NTN-F, é a cada seis meses se forem títulos com juros semestrais.

Pós-fixados

É o título LTF, chamado também de Tesouro Selic. A rentabilidade desse investimento costuma ser variável, acompanhando a taxa básica de juros Selic diária. Graças a isso, não é possível saber qual será o seu valor até o vencimento. O que é possível saber é que o investidor sempre estará vinculado às movimentações de Selic feitas pelo Banco Central, se tornando assim uma aplicação conservadora.

Híbrido

São dois tipos de títulos encontrados na categoria híbrida (NTN-B Principal e NTN-B). Esses ativos também são conhecidos como Tesouro IPCA+. Estão nessa modalidade porque sua rentabilidade acompanha duas taxas: uma fixa decidida na hora da aplicação e outra variável, que nesse caso é a IPCA. O pagamento pode ser apenas no vencimento (NTN-B Principal) ou por semestre (NTN-B).

Como os títulos do tesouro direto funcionam?

Vamos explicar separadamente como cada um dos títulos oferecidos no programa funcionam. Porém, antes, é bom saber que o investidor não precisa comprar o título inteiro, ele pode adquirir frações contanto que respeite o valor mínimo de investimento. O interessado tem direito a adquirir no mínimo 1% de cada título. Todos os títulos que serão tratados abaixo tem liquidez à mercado diariamente. Com isso, os preços são listados pelo governo e o investidor pode vender a qualquer momento nas condições de mercado estabelecidas naquele dia específico.

Portanto, vamos entender como cada um funciona. Acompanhe.

LTN

O Letra do Tesouro Nacional é, como sabemos, um título pré-fixado. Na prática, supomos que a rentabilidade para ele seja 7% de juros ao ano com o vencimento para daqui a dois anos. Isso quer dizer que se o investidor esperar até o final do seu prazo, receberá ao próximo a 14,5% mais o valor que foi investido.

Algumas considerações sobre esse título é que, por ser pré-fixado, a oscilação é uma característica comum. Visto que como o investidor deve esperar completar todo o prazo dos juros para receber a quantia esperada, até lá podem ocorrer diversas situações no mercado que afetam o valor. Aliás, quanto mais tempo de vencimento, mais chances de sofrer variações dos preços diariamente.

LFT

LFT (Letra Financeira do Tesouro) ou Tesouro Selic faz parte dos representantes do pós-fixado. Como ele reflete o valor diário da taxa Selic, não é possível fazer a previsão de quanto ele renderá, por exemplo, daqui a um ano como acontece com o LTN.

Curiosamente, esse título não apresenta oscilações muito altas como pode ocorrer com o anterior, justamente por acompanhar a taxa diariamente. O que é possível saber é que o investidor sempre estará vinculado às movimentações de Selic feitas pelo Banco Central, se tornando assim uma aplicação conservadora.

NTN-B

Também conhecido como Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, faz parte da categoria híbrida. Sendo assim, o investidor tem o conhecimento dos juros pré-fixados na hora que começa a investir, porém, não sabe o quanto receberá ao certo de acordo com o IPCA.

Desta forma, se a inflação acumular 30% entre o início da aplicação e o vencimento, o investidor adquire esse acúmulo + o valor dos juros já informado. Os juros, nesse caso, são pagos em dois momentos do ano, semestralmente.

NTN-B Principal

Chamado apenas de Tesouro IPCA+, ele não é muito diferente do NTB-B, contudo, diverge por não pagar os juros a cada seis meses. Como a taxa não é partilhada ao longo do ano, ela é reinvestida, gerando o que chamamos de juros compostos ou juros sobre juros.

NTN-F

O último título oferecido também é conhecido como Tesouro Pré-fixado com Juros Semestrais. Aqui, o investidor sabe o quanto receberá até o vencimento, mas a diferença é que os juros são pagos duas vezes a cada seis meses.

Custos

É bom saber que os títulos públicos possuem alguns custos. Vamos conhecer quais são:

  • taxa de administração: não é uma tarifa obrigatória, mas é cobrada por vários bancos e corretoras e serve para cobrir os custos de manutenção do investimento, como cadastro, mediação dos títulos, transferência, entre outras. Vale lembrar que ao comprar pelo BTG Pactual via One Investimentos, não há taxa de administração;
  • custódia: essa é uma taxa arrecadada pela BM&F Bovespa e tem por objetivo manter os títulos seguros, além de garantir a sua movimentação. Ela é obrigatória e fixa, costuma custar 0,2% ao ano.

Imposto de Renda

Os títulos do Tesouro Direto fazem parte daqueles investimentos de renda fixa em que há cobrança de IR. A tabela utilizada é:

Até 180 dias — alíquota de 22,5%;

De 181 dias a 360 dias — alíquota de 20%;

De 361 dias a 720 dias — alíquota de 17,5%;

Acima de 720 dias — alíquota de 15%.

IOF

Outro tributo cobrado nessa aplicação é o Imposto sobre Operações Financeiras. Nesse caso, ele só é recolhido se o investidor resgatar em menos de 30 dias. A cobrança é regressiva e vai de 96% para um dia até 3% para 29 dias.

Como começar a investir?

Não é difícil começar a investir nos títulos públicos, o investidor precisa ter uma conta no BTG Pactual, pois ele será a responsável por intermediar a aplicação. Depois é só transferir o seu dinheiro para a conta da instituição financeira e esperar a liberação do login para acessar a plataforma do Tesouro Direto. Assim que confirmada, você pode escolher o título e efetuar a compra.

Existem títulos públicos fora do Tesouro Direto?

Uma forma de se investir em títulos públicos, caso você não queira se filiar ao Tesouro Direto, é por meio de Fundos de Renda Fixa. Essa é uma maneira indireta, já que é um fundo de investimento. Além dessa opção, também é possível comprar títulos direto da tesouraria dos bancos (mercado secundário). São compras isentas de taxas de administração e custódia, mas os preços não são exatamente aos do site do Tesouro Direto. É importante compará-los e entender qual a melhor opção naquele momento, sem deixar de contabilizar eventuais custos em cada opção de compra.

Como ganhar com os títulos antes do vencimento?

Se você pretende garantir toda a rentabilidade, o ideal é esperar o vencimento do título, porém, é de se esperar que os assessores da One acompanhem diariamente a oscilação dos preços, podendo observar oportunidades e variações de preços substancialmente positivas e capazes de gerar um grande lucro ao cliente em um curto espaço de tempo, o que chamamos de ágio.

Enfim, terminamos aqui o nosso post sobre os títulos públicos, acreditamos que deu para perceber que esses ativos de renda fixa tem opções muito interessantes para o investidor, oferecendo, inclusive, a possibilidade de aplicar na inflação.

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