O mercado da China já tinha uma grande importância na economia mundial antes de 2020, mas atenções para o gigante asiático se voltaram com mais força, desde que o país se tornou o epicentro da pandemia do novo coronavírus. A doença iniciou na cidade de Wuhan, em meados de dezembro do ano passado, segundo as fontes oficiais.
Depois de várias semanas em lockdown, as atividades começam a retornar aos poucos nos locais mais atingidos pela COVID-19. No entanto, o cenário econômico ainda é incerto, ainda mais quando levamos em conta o tamanho da economia chinesa e sua influência sobre o restante do mundo.
Neste texto, vamos explorar mais sobre o assunto e traçar um panorama desse cenário. Boa leitura.
Quais são as expectativas do governo chinês para a economia no país em 2020?
O crescimento da economia chinesa não vem de hoje. Desde os anos 80, após uma série de reformas, o país asiático entrou em um ritmo de crescimento poucas vezes visto até então.
Com isso, a expectativa era de que os chineses ultrapassassem os estadunidenses e se tornassem a maior economia do mundo, ainda que o ritmo de crescimento já viesse desacelerando nos últimos anos. Só que no meio do caminho, surgiu o novo coronavírus e todas as medidas necessárias para controlar a proliferação da doença.
Como local inicial da pandemia, os chineses já atravessaram a pior parte, e agora precisam lidar com as consequências econômicas do enfreamento à doença. Afinal, parcela da economia do país ficou fechada por longas semanas.
Como fica o PIB?
Fábricas e comércios foram fechados de forma bastante restrita e a circulação de pessoas foi impedida, o que claramente tem impacto na atividade econômica. Os primeiros dados já refletem isso.
O PIB chinês (produto interno produto, soma de tudo o que é produzido no país em um período) do primeiro semestre de 2020 registrou a primeira queda em 40 anos. A economia do país asiático despencou 6,8% nos três primeiros meses do ano.
O pior resultando anterior a esse é de 1990, quando a economia cresceu apenas 3,9%. Em 2019, já em um ritmo mais lento, o crescimento do PIB havia sido de 6,1%.
Outros dados confirmam o tamanho do tombo. A atividade industrial, entre janeiro e março, recuou 8,4%, enquanto as vendas encolheram 19%. Para 2020, a expectativa ainda é de que a China consiga um crescimento do PIB, mas com números inferiores a 3%.
Há um grande temor de que a baixa demanda do mercado internacional, causada justamente pela pandemia, diminua as exportações chinesas, o que fará com que o baque no PIB seja mais sentido.
A atividade está voltando, graças ao arrefecimento do número de contágios. De todo modo, para impulsionar o retorno da economia, o governo chinês pretende incentivar com ainda mais força o setor industrial e de áreas estratégias, como de equipamentos 5G, transporte e energia, para acelerar a retomada e preservar empregos.
Como a China interfere na economia de outras potências mundiais?
Os números da China indicam que a situação também tende a ficar ruim para os demais países. Além disso, com a economia chinesa crescendo menos, países que têm os asiáticos como principal destino dos seus produtos podem sofrer ainda mais, uma vez talvez haja uma diminuição da demanda de exportações em direção à Ásia.
Para abastecer sua população de quase 1,4 bilhão de habitantes, a China se transformou no maior importador de commodities do mundo. Soja, milho, trigo, minério de ferro, carne e petróleo estão entre os principais produtos demandados pelo mercado local. Alguns dados preliminares já dão uma dimensão desse impacto. Entre janeiro e fevereiro, as importações chinesas caíram 4,0%.
Na outra ponta, quem depende da China para conseguir insumos para a sua produção já sofre com a falta de alguns componentes, o que prejudica algumas cadeias de consumo (como a de eletroeletrônicos).
Por fim, bloqueios da movimentação de pessoas e mercadorias, impostos em diversas partes do mundo, podem prejudicar o deslocamento de produtos vindos e levados para a China. Isso também atrasa a recuperação da economia chinesa e prejudica os demais mercados com quem os asiáticos mantêm relações.
Qual é a dependência da economia brasileira em relação à economia chinesa?
A China é importante parceiro comercial do Brasil, que exporta muita da sua produção de commodities para o país asiático — o maior comprador de produtos brasileiros. Em 2019, os chineses importaram U$$65 bilhões da produção nacional. Isso equivale a 30% de tudo o que é exportado pelo país.
Entre os principais produtos importados pelos chineses estão a soja, o minério de ferro e a carne, principalmente bovina. Por outro lado, em março, as exportações para a China sentiram os primeiros impactos causados pela desaceleração da economia.
Entre os produtos mais afetados está a carne. Frango (com queda de 14%), suínos (11%) e bovinos (7%) tiveram recuos causados pela demanda menor. Por outro lado, a exportação de soja parece não ter sido afetada e expectativa é de que, até o final do ano, a movimentação seja de mais de 70 milhões de toneladas.
No sentido oposto, a China faz grandes investimentos no Brasil, em diversos setores da economia. Isso não é de hoje: desde 2017, os chineses já atuam no país, principalmente em empresas do setor de distribuição de energia elétrica, com movimentações que chegaram a U$S9 bilhões. A expectativa, agora, é que os recursos sejam voltados para outros setores sensíveis de infraestrutura, como saneamento básico e transporte.
Brasil e China também são parceiros nos BRICS, bloco que reúne, além dos dois países, Rússia, Índia e África do Sul. Essa união representa as principais economias emergentes do mundo. A cooperação entre os envolvidos acontece, principalmente, por meios de ajuda econômica mútua.
O novo contexto econômico é bastante desafiador, o que exige de quem pretende investir o máximo possível de informações, para que as decisões sejam tomadas sempre com embasamento. Dessa forma, acompanhar o que acontece no mercado da China é fundamental para ter uma referência do que esperar.
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