Você já se perguntou qual será o impacto da Reforma da Previdência nos seus investimentos? Essa é uma das três grandes mudanças (junto com a reforma tributária e a fiscal) que podem alterar drasticamente a economia brasileira nos próximos anos.
Caso a proposta atual seja aprovada, o Brasil está sinalizando aos investidores que ele tem interesse em manter suas contas em dia, reduzir os riscos fiscais e evitar o aumento da dívida pública. Isso gera segurança jurídica, econômica e administrativa para toda a nação, além de dar mais previsibilidade para o mercado.
Interessante, não é mesmo? Para aprofundar nesse assunto e entender como a Reforma da Previdência impacta cada um dos seus investimentos, continue a leitura!
Em qual etapa a reforma está agora?
A Reforma da Previdência já foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e agora ela precisa passar pelo Congresso, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Em ambas as casas ela será votada em dois turnos e em todas as votações a reforma precisa receber 3/5 de votos favoráveis para ser aprovada.
Como anda a aceitação da proposta da previdência?
De acordo com a pesquisa realizada pelo banco BTG Pactual, o Congresso é favorável à ideia de fazer uma Reforma na previdência, sendo que 82% dos deputados e 89% dos senadores defendem a mudança.
Isso mostra que existe, sim, abertura para que a reforma seja aprovada. Entretanto, a proposta atual não é do agrado de todos no Congresso. A mudança na idade mínima de aposentadoria, por exemplo, tem apenas 4% de aprovação dos senadores e 20% dos deputados.
Quando a Reforma da Previdência entrará em vigor?
Ainda existe muita discussão envolvendo a Reforma da Previdência. Por isso, é pouco provável que ela seja promulgada ainda esse ano. Segundo análise do BTG Pactual, ela deve ser aprovada entre abril e setembro de 2020 — se as discussões e votações mantiverem o ritmo atual.
Qual é o impacto da Reforma da Previdência nos investimentos?
Diante a situação atual e das projeções que estão sendo feitas, é possível analisar alguns impactos que a aprovação da Reforma da Previdência pode gerar na sua carteira de investimentos. Assim, você deve ter atenção a esses pontos para evitar a perda de oportunidades.
Renda fixa
O Brasil sempre foi considerado o país da renda fixa, porque nossa taxa de juros básica, a Selic, é elevada quando comparada a Estados desenvolvidos. Isso acontece por causa da inflação: quando o governo gasta mais do que arrecada, ele precisa “forçar” a contribuição fiscal. Para isso ele eleva os impostos, o que gera a desvalorização do papel-moeda.
Caso a Reforma da Previdência seja aprovada, a dívida pública tenderá a crescer mais lentamente. Isso dá mais fôlego para os cofres públicos e segura a inflação. Como consequência a Selic poderá sofrer mais algumas reduções nos próximos anos.
Moral da história: a renda fixa ainda é uma alternativa interessante. Se a Reforma for aprovada a taxa de juros ainda demorará alguns anos para sofrer grandes reduções. De acordo com a análise do BTG Pactual, a pressão sobre as taxas de juros acontecerá no longo prazo.
Renda variável
Segundo as observações do BTG, a renda variável é outra área que merece atenção por dois motivos.
Em primeiro lugar, a queda na taxa de juros, fruto da Reforma da Previdência, permitirá que empresas brasileiras tenham mais acesso a crédito. Isso ajuda a valorizar os papéis delas e pode levar o Ibovespa para o próximo patamar histórico — 110 mil pontos — rapidamente.
Somado a isso, a estabilidade econômica e fiscal é um grande sinalizador para o capital estrangeiro. Essa consciência administrativa mostra que os investidores podem colocar seu dinheiro no Brasil sem medo. Assim, destravamos os investimentos e trazemos tanto empresas quanto capital estrangeiro para a Bolsa de Valores de São Paulo.
Fundos de Investimento
Para quem quer investir na renda fixa, mas não tem tempo de administrar a própria carteira, ou que prefere que um profissional faça essa gestão, os Fundos de Investimento continuam interessantes.
Ambos os cenários que falamos aqui (renda fixa e variável) podem se beneficiar dos fundos. Nesse caso, a atenção deve ser dada ao benchmark. Como é esperado que o Ibovespa atinja os 110 mil pontos nos próximos anos (crescendo gradualmente ao longo dos meses), nada mais justo que o gestor do fundo acompanhe essa tendência, não é mesmo?
Moeda estrangeira
Todas as mudanças que falamos até aqui interferem em uma coisa muito importante: o valor do real. A moeda brasileira oscila no cenário internacional com base no crescimento econômico do país (existem outros fatores envolvidos, mas esse é um dos principais).
Assim, quando a economia começa a se recuperar o que vemos é uma valorização do real. Logo, quanto melhor for à economia, mais acessível ficará as moedas estrangeiras para quem compra usando o papel-moeda brasileiro.
Isso significa que o investimento em dólar e euro deve ser feito com cuidado. Caso os impactos da Reforma da Previdência realmente sejam tão positivos quanto o mercado espera, essas moedas poderão ficar mais baratas e quem comprou na alta corre o risco de perder dinheiro.
Apesar disso, cabe uma ressalva! Essa valorização do real não deve acontecer rapidamente. Mesmo depois disso, temos que lembrar, também, que o dólar é uma moeda forte e que ela sempre gera oportunidades.
O que podemos esperar desse processo?
Como podemos ver, o cenário atual é favorável às mudanças e a Reforma da Previdência provavelmente vai acontecer. Entretanto, nada é tão simples assim! Os investidores precisam ter atenção nesse momento à desidratação da atual proposta.
Caso a reforma sofra muitas mudanças em sua passagem pelo Congresso e o resultado não cause tantos impactos na economia, é esperado que o mercado reaja de maneira oposta.
Por isso, mantenha-se atualizado, leia as notícias, veja o posicionamento de deputados e senadores e pense, criticamente, quais são os impactos da Reforma da Previdência nos investimentos sempre que ela sofrer alguma mudança.
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