O cenário econômico nacional sugere que a bolsa de valores pode ser o mercado com grandes chances de trazer bons retornos para os investidores nos próximos meses. A aposta é resultado de uma série de fatores que deve movimentar a economia brasileira neste ano e que está alinhada com a implantação de uma política econômica liberal — ideia que ocupa o cerne dos compromissos assumidos em campanha pelo presidente Jair Bolsonaro.
Embora o processo de recuperação da economia siga em ritmo mais lento do que o esperado, conforme demonstra análise do BTG Pactual, alguns setores devem se beneficiar diretamente dessa agenda econômica tanto no médio quanto no longo prazo, em especial se o cenário internacional também se mostrar favorável.
A lista de tendências da bolsa de valores inclui as empresas inseridas em segmentos com maior exposição à recuperação econômica, como as estatais, os bancos, as empresas ligadas ao consumo e àquelas que atuam no segmento de infraestrutura. Continue a leitura e descubra mais sobre o mundo dos investimentos com a expertise do BTG Pactual!
O que pode influenciar a bolsa de valores?
O impacto do otimismo dos investidores com a economia brasileira se refletiu na superação da marca histórica do Ibovespa, principal índice da B3, que atingiu a marca dos 100 mil pontos no último dia 18 de março. A depender do crescimento econômico do país, especialistas avaliam que o indicador poderá alcançar patamares ainda superiores ao longo dos próximos anos.
Pauta prioritária do governo Bolsonaro nesse início de mandato, a Reforma da Previdência, que segue em andamento no Congresso Nacional, desempenha um papel fundamental nesse cenário, e é um dos fatores que aponta as tendências da bolsa de valores.
A proposta de reforma sugerida pelo Governo Federal prevê uma economia na ordem de R$ 1 trilhão nos próximos dez anos — montante essencial para o equilíbrio das contas públicas do país. Mesmo que não seja aprovada em sua versão mais otimista, a aceitação de uma proposta que ofereça uma economia entre R$ 600 bilhões e R$ 800 bilhões poderá ajudar a estabilizar as finanças públicas, ainda que no futuro seja necessária uma nova revisão.
Os principais efeitos dessa reforma estão relacionados ao aumento da confiança de investidores e empresários no país e à manutenção da taxa Selic em um patamar baixo, o que favoreceria a retomada do crescimento da economia e tornaria a renda variável mais atrativa para quem busca melhores rentabilidades.
Ao lado da Reforma da Previdência, as privatizações e a redução da atuação do governo em muitas frentes também deverão influenciar no desempenho das ações de alguns setores na B3.
As estatais e a privatização
A agenda de privatizações, que ocupa papel de destaque nas propostas do governo Bolsonaro, tende a valorizar empresas estatais que estão na bolsa de valores. Entre outros fatores, isso ocorre porque os investidores entendem que a privatização reduz o risco político que existe quando a empresa é gerida pelo poder público.
Além disso, há uma expectativa de que o setor privado seja capaz de administrar as empresas de modo mais eficiente, o que gera mais lucro e, consequentemente, mais retorno aos seus acionistas. A mera especulação acerca da privatização de empresas como a Petrobras já é o suficiente para gerar o aumento na procura e na compra de ativos dessas companhias.
Setor bancário
Caso a expectativa de aquecimento da economia se torne realidade, grandes bancos privados tendem a ampliar suas linhas de crédito e a criar oportunidades de negócios. Em 2018, os quatro maiores bancos de capital aberto que atuam no Brasil — Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander — fecharam o ano com lucro de R$ 73 bilhões, sendo a concessão de crédito a protagonista desse movimento. Devem seguir, portanto, como um setor interessante para investidores.
Infraestrutura
Com a redução da intervenção do governo em muitas frentes, a iniciativa privada deve assumir uma posição de destaque no crescimento da economia. Isso inclui a realização de grandes obras de infraestrutura, o que chama a atenção de investidores estrangeiros para empresas que atuam nesse segmento. A agenda de novas concessões também deve se intensificar, beneficiando áreas como rodovias, portos e aeroportos.
Consumo e varejo
Ao lado dos investimentos, o consumo é outra frente de ação que ajuda a impulsionar o crescimento econômico. Com a expectativa do recuo da taxa de desemprego, empresas de consumo do varejo básico e consumo discricionário, que comercializam itens que podem ser adquiridos de imediato, como vestuário e alimentação, devem se valorizar e apresentar bons resultados nos próximos meses. Aquelas que se mantiveram atrativas em 2018, devem permanecer em alta.
ETFs
Comum nos Estados Unidos, o mercado brasileiro de fundos de índices ETFs (sigla para Exchange Traded Funds, em inglês) ainda tem bastante potencial de crescimento e deve seguir em expansão nos próximos anos.
Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs)
A manutenção da taxa Selic em patamares baixos e a inflação estável estimulam a concessão de crédito, o que é favorável para o bom desempenho do setor imobiliário. O investimento em imóveis comerciais por meio de fundos imobiliários pode ser uma alternativa conveniente para quem quer compor uma carteira com maior diversificação em 2019. Os FIIs apresentam boa rentabilidade e liquidez, além do pagamento mensal de juros e divulgação de resultados interessantes no ano anterior.
Como proteger o seu patrimônio?
Mesmo com a conjuntura política e econômica dando sinais favoráveis à bolsa de valores, a volatilidade é uma característica inerente à renda variável e, por esse motivo, é preciso sempre ter cautela. Investir nessas aplicações exige racionalidade: estudar os investimentos e conhecer o mercado são práticas necessárias para quem está em busca de aplicações mais arrojadas e com rentabilidades superiores.
Adotar estratégias de gestão de riscos é essencial para controlar o grau de exposição que o investidor possui dentro da bolsa de valores e, consequentemente, para preservar o seu patrimônio.
Para proteger os seus rendimentos, também é interessante diversificar os investimentos, garantindo espaço para as aplicações em renda fixa que oferecem maior segurança. Alocar recursos em diferentes aplicações financeiras pode diluir os riscos e maximizar os ganhos, uma vez que evita que o desempenho negativo de um investimento resulte em perdas definitivas para o investidor.
As previsões para o cenário econômico nacional são positivas e investir em ações pode ser uma forma interessante de maximizar seus rendimentos, especialmente se você acompanhar as tendências da bolsa de valores. Compartilhe este conteúdo nas suas redes sociais e colabore para que mais pessoas se beneficiem da renda variável.