Investir em empresas é corriqueiro para muitos investidores, que veem no desenvolvimento de algumas companhias a chance de obter bons retornos. É o que é feito, por exemplo, no mercado de ações, ao qual você deve já estar familiarizado.
No entanto, as ações não são a única forma de se investir em uma empresa. Entre as mais conhecidas está o chamado Private Equity, que normalmente é feito em empresas que ainda não têm capital aberto (ou seja, não têm ações listadas e negociadas na Bolsa).
Neste artigo, vamos explicar como funciona um investimento desse tipo, quais são os riscos e os cuidados a serem observados. Boa leitura!
O que é o Private Equity?
De forma resumida, o Private Equity é o processo de investimento feito em uma empresa de forma privada, normalmente utilizando fundos de investimento. Com isso, os investidores se tornam donos de uma parte do capital da empresa escolhida e podem lucrar com a venda futura dessa participação.
O Private Equity surgiu nos Estados Unidos na década de 1980. No Brasil, ele tem ganhado popularidade, com cada vez mais fundos interessados em aplicar em empresas nacionais que estão se desenvolvendo.
Quase sempre os investimentos em Private Equity escolhem empresas já estabelecidas no mercado, com bom faturamento, com porte entre pequeno e médio e que contem com boa perspectiva de crescimento. Não é raro que esse tipo de aporte anteceda a abertura de capitais da empresa escolhida, por meio da chama Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês).
Com a empresa mais desenvolvida, aumentam as chances de valorização da quantia inicial do papel, tornando a companhia mais atrativa para os investidores da Bolsa de Valores. Todavia, nada impede que o Private Equity anteceda processos de fusão ou aquisições por parte de grupos maiores.
Essa predileção por empresas já consolidadas é o que diferencia o Private Equity de outras formas de investimento em companhias, como é o caso do Venture Capital, mais conhecido em português como capital de risco.
Essa segunda opção costuma concentrar suas ações em empresas que estão no começo, ainda que apresentem grande potencial de crescimento. Algumas startups que hoje se transformaram em grandes empresas de tecnologia se aproveitaram do capital de risco para alavancar suas atividades, por exemplo.
De forma similar também funciona o Seed Money, conhecido em português como “capital semente”, no qual os investidores escolhem empresas ainda em estágios iniciais para aportar seu dinheiro.
É comum, inclusive, que sejam escolhidas empresas em estágio de planejamento e implementação, o que eleva os riscos de quem está colocando seus recursos na expectativa de que a empresa obtenha resultados exponenciais.
Quais são os principais riscos do Private Equity?
Ainda que privilegie empresas que já estão consolidadas no mercado, os investimentos de Private Equity não deixam de ser uma forma de capital de risco, uma vez que inúmeros fatores podem comprometer o desenvolvimento esperado para a companhia que recebeu o aporte de recursos, conforme indicamos abaixo:
Baixa liquidez do capital investido
Feitos os aportes em um investimento de Private Equity, é necessário ter paciência. Prazos considerados muito longos para outras formas de investimento costumam ser avaliados como modestos para aplicações dessa categoria.
Períodos maiores que 5 anos não são vistos como raros, já que é necessário um bom tempo para que a empresa que recebe os recursos consiga se reestruturar a apresentar bons resultados. Além disso, não existe um mercado estruturado para negociação de ativos investidos em Private Equity, o que torna a liquidez ainda menor.
No caso de um investidor que queira reaver seus recursos, será necessário fazer todo um processo de desinvestimento, o que depende de diversas negociações com potenciais compradores interessados no capital da empresa.
Retorno abaixo do esperado
Investir esperando no retorno de uma empresa, mesmo que ela já não esteja em estágio inicial, implica em riscos consideráveis, muitos dos quais não há como se prevenir.
Muito do risco vem de fatores externos: a economia do país pode entrar em um momento de menor crescimento e prejudicar o desenvolvimento da empresa, dificultando obter o retorno esperado.
Junto a isso, fatores internos talvez comprometam o progresso da empresa. Problemas operacionais, baixa produtividade e gestão deficitária quase sempre conduzem o negócio a um rendimento abaixo do esperado ou até à falência, impactando bastante na rentabilidade do investidor.
Risco da empresa
Para as empresas, receber aportes financeiros de um Private Equity é bastante interessante, já que permite que ela expanda suas atividades, conquiste novos mercados e faça mais negócios, aumentando seu valor.
Por outro lado, a empresa pode ver seu capital ser entregue na mão de outros investidores no momento em que o fundo decidir por dar início ao processo de desinvestimento. Como já mencionado, isso costuma acontecer por meio de uma IPO, de fusões e aquisições, ou mesmo com a venda para outros fundos,
Como assegurar a seriedade do negócio?
Um investimento em Private Equity geralmente é complexo, o que demanda que algumas ações sejam tomadas para gerenciar os riscos aos quais os investidores estão expostos.
Do ponto de vista jurídico, contratos e memorando de entendimento formalizando o investimento são indispensáveis para garantir a durabilidade e a estabilidade do negócio, bem como contar com acompanhamento especializado.
Para o investidor dessa modalidade, é importante avaliar sua estratégia de aplicação. Ela deve partir do princípio de que por mais que as empresas escolhidas tenham alto potencial de valorização, nem todas darão certo, por conta de dinâmicas internas ou do mercado.
Por isso, é importante considerar que, na média, a rentabilidade esperada seja maior que a do mercado, mesmo que algumas delas apresentem resultado abaixo do esperado. Ou seja, eventuais fracassos serão compensados por aqueles investimentos que obtiverem sucesso igual ou maior do que o projetado no momento da aplicação.
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