Entenda o que é o ESG e como ele está transformando o mercado financeiro

19 de agosto de 2020

O termo “ESG” (Environment, Social & Governance) em inglês, ou “Ambiental”, “Social” e “Governança” está sendo cada vez mais falado no mundo de “finanças”. Essas três características juntas criam as melhores práticas que devem ser implementadas não só para mostrar a solidez de uma empresa, mas sim, a preocupação dela e principalmente a sua atuação contra os riscos à sustentabilidade.

O assunto tomou proporções ainda maiores no Brasil após sete grandes empresas de investimento europeias, entre elas a Robeco, gestora holandesa e disponível na plataforma do BTG Pactual Digital, afirmarem à agência “Reuters” que deixarão de investir no Brasil se o país não apresentar uma solução para o desmatamento na Amazônia. E esse desinvestimento incluiria, ainda, produtores de carne, operadoras de grãos, bem como, títulos do governo brasileiro.

O termo ESG

Destrinchando melhor o termo, ao “E” estão ligados todos os assuntos relacionados à temas ambientais como: gestão de resíduos, poluição da água e do ar, eficiência energética, biodiversidade, desmatamento e etc. Quanto ao “S”, este engloba assuntos ligados à esfera social, isto é, relações com a comunidade, colaboradores e fornecedores, proteção de dados e privacidade, satisfação de clientes, direitos humanos e trabalhistas. Por fim, o “G” refere-se aos aspectos legais e éticos da gestão, ou seja, no âmbito da governança como composição de conselho, remuneração de executivos, compliance, corrupção e lavagem de dinheiro etc.

O mercado de ações também entendeu que integrar os critérios de ESG na metodologia de investimentos pode ter um impacto substancial no desempenho das empresas. Essa nova prática passa ao mercado não apenas a percepção de que ela tem responsabilidade nessas três esferas, mas também, uma visão de futuro em relação ao seu relacionamento com todos os grupos de interesse (stakeholders) ligados à empresa e à sociedade. Basta tomarmos como exemplo as catástrofes ambientais, que sempre impuseram enormes perdas às empresas e seguradoras. As chances de as gestoras responsáveis serem vítimas de acidentes ambientais são menores, já que as empresas sustentáveis nas quais elas investem, cumprem uma série de requisitos.

ESG ou rentabilidade?

Desde o início da pandemia, esta categoria de investimentos está em alta no mercado, presente em debates de gestores e presente nas carteiras de fundos ou instituições financeiras. Porém, uma questão sempre é levantada: considerar os padrões ESG nos investimentos, significaria abrir mão de rentabilidade?

De acordo com a Bloomberg e a Bain & Company, empresas que seguem políticas e práticas de ESG aplicadas ao dia a dia da gestão criam maior valor de mercado em relação aos seus pares que não têm ou estão atrasados nessa implementação.

Isso quer dizer que, do ponto de vista prático, incluir análise de impacto e ESG nas empresas, ajuda a mitigar riscos, além de produzir um vasto reconhecimento.

Em meio ao Coronavírus também foi notado pelo Financial Times que boa parte dos fundos de investimento ESG globais (6 em cada 10) bateram o índice MSCI World Index durante toda a década passada, além de apresentarem um retorno excedente aos fundos tradicionais durante a liquidação causada nos mercados pelo Covid-19. O levantamento realizado pela MorningStar compilou 745 fundos ESG europeus.

Inclusive a maior gestora de ativos no mundo – BlackRock –  aponta que 94% dos produtos de investimento sustentáveis, seguidores dos princípios ESG, tiveram melhor performance em comparação aos seus pares no primeiro trimestre deste ano. 

Os elementos sociais e de governança serão mais importantes, porém ainda mais difíceis de serem encontrados nos mercados emergentes. Isto é, apenas US$ 11 bilhões dos US$ 84 bilhões investidos embonds cujos rendimentos são aplicados a projetos destinados a ajudar a sociedade,  vieram de países em desenvolvimento neste ano.

BTG Pactual e os fundos ESG da plataforma

O BTG Pactual distribui alguns fundos que já contam com a prática ESG. A gestora Trígono Capital é uma das pioneiras no Brasil a utilizar os critérios de ESG na sua metodologia de investimentos. Inclusive o fundo TRÍGONO FLAGSHIP FIC FIA, que rendeu 69% no ano de 2019, é composto por small caps que seguem estritamente os critérios ESG. E graças à essa escolha não foram por exemplo impactados com a tragédia de Brumadinho dado que a Ferbasa que possuem em seu portfólio, incorpora os requisitos sustentáveis de governança, sociedade e meio ambiente, além de render nos últimos anos 108% em relação à Vale.

Além da Trígono, temos disponível na plataforma do BTG Pactual digital o fundo da JGP dedicado somente à ESG: JGP ESG FIC FIA.

Outras casas como a FAMA e a Constellation também adotam tais parâmetros – embora cada qual tenha a sua própria filosofia e utiliza o conceito de forma diferente. No exterior, a Europa é o mercado mais avançado no tema e o maior expoente é a gestora holandesa Robeco, que possui hoje mais de € 100 Bn em ativos que adotam o ESG.

As informações contidas neste artigo não podem ser consideradas como única fonte de informações no processo decisório do investidor, que, antes de tomar qualquer decisão, deverá realizar uma avaliação minuciosa do produto e respectivos riscos, face aos seus objetivos pessoais e ao seu perfil de risco (“Suitability”). RENTABILIDADE PASSADA NÃO REPRESENTA GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA. Assim, não é possível prever
o desempenho futuro de um investimento a partir da variação de seu valor de mercado no passado. FUNDOS DE INVESTIMENTO NÃO CONTAM COM GARANTIA DO ADMINISTRADOR, DO GESTOR, DE QUALQUER MECANISMO DE SEGURO OU FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO – FGC. É recomendada a leitura cuidadosa do Formulário de Informações Complementares e regulamento do fundo de investimento pelo investidor ao aplicar seus recursos.” O conteúdo acima exposto possui finalidade meramente informativa / educativa, desta forma não deve ser compreendido como oferta ou recomendação de serviços ou produtos.

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