Juros e offshore: entenda tudo sobre essa relação

8 de outubro de 2019

Um conjunto de fatores tornam favoráveis aplicações fora do Brasil. Esse tipo de aplicação é conhecido como investimento offshore e possui múltiplas vantagens que atraem a atenção de investidores que procuram diversificação de riscos e ganhos em outras moedas, por exemplo.

Entender a relação entre juros e offshore é crucial para quem busca diversificar a carteira, obter maior rentabilidade e investir em ativos no exterior torna essa combinação possível. Vamos mostrar aqui como essa conexão pode ser útil para a sua vida financeira. Boa leitura!

Benefícios de investimentos no exterior

Com juros maiores que os de países desenvolvidos e menos estabilidade política e econômica, os investimentos no Brasil têm maior concentração de fundos de renda fixa, voltados para perfis mais conservadores e com incidência de tributação que interfere, inclusive, na sua rentabilidade.

Existe a ilusão de que aplicações onshore sejam mais seguras, mas a verdade é que, em menos de 60 anos, tivemos 10 moedas diferentes, enquanto o dólar, mesmo passando por crises e guerras, existe há mais de 200 anos.

Isso nos dá uma noção do porquê dessa moeda ser referência no mercado internacional, sendo a mais aceita mundialmente. A maior parte das transações financeiras, cerca de 87% , são realizadas em dólar.

Só esse fato é suficiente para pensar em investimentos offshore, contudo, outro fator de estímulo às aplicações no exterior é a rentabilidade e número de alternativas de alocação. Afinal, o mercado de ações brasileiro é pouco expressivo, representando apenas 1% do mercado global.

Isso significa que existem outros investimentos em renda variável a serem explorados. Basta imaginar que empresas como o Google vale mais do que todas empresas brasileiras no Bovespa.

Outro exemplo comparativo é o número de empresas listadas na bolsa no Brasil, pouco mais de 300 contra mais de 4000 nos Estados Unidos. Vale ressaltar que os EUA, por exemplo, oferece melhores condições para que instituições possam se desenvolver e, com isso, se tornarem mais fortes e lucrativas.

Impacto de juros nas aplicações

Detalhados os benefícios de investir no exterior, chegou a hora de saber um pouco mais a respeito do impacto dos juros nesse tipo de aplicação. Tendo isso em mente, é possível tomar decisão consciente sobre como e onde aplicar o seu patrimônio financeiro.

Com a Selic em baixa, é natural que se procure maior rentabilidade fora das fronteiras brasileiras, afinal, o marcado de ações e fundos multimercados tendem a ser mais promissores em termos de retorno financeiro do que o mercado de renda fixa.

Esse fato força até mesmo o investidor mais conservador a buscar rendimentos maiores que, nessas circunstâncias, não são obtidos com renda fixa. Mas não pense que a taxa de juros está baixa apenas aqui, aliás, mesmo com a redução Selic, o Brasil se apresenta como um dos países com maiores taxas de juros.

O que para nós é algo novo, nos EUA, Europa e em países asiáticos como Japão e Coreia do Sul taxas próximas ou iguais a zero, até mesmo negativas, já é algo comum.

Juros baixos, desde que a inflação esteja controlada, serve para impulsionar a economia. A fim de encontrar maior rentabilidade, as preferências deixam de ser os títulos públicos e passam a ser os investimentos em renda variável ou em economia real diretamente.

Tributação em aplicações no exterior

Tomada a decisão de investir no exterior é bom conhecer um pouco sobre os impostos que incidirão e o que deve ser respeitado para realizar tal feito. Conhecer um pouco mais sobre a legislação tributária faz parte de quem embarca investimentos offshore. Veja mais detalhes no nosso texto sobre custos transacionais da offshore.

Um detalhe importante é que o investidor deverá optar entre manter os ativos no exterior em nome de pessoa física ou de uma companhia offshore. Uma e outra forma apresentam benefícios e desvantagens que precisam ser levados em consideração. 

Benefícios de uma offshore

Ao manter uma conta aberta em nome de uma pessoa física, ainda que não hajam custos anuais, o que é uma boa vantagem, existe a incidência de impostos sobre os rendimentos e não existe a possibilidade de compensação das perdas e ganhos, além do imposto de transmissão em países desenvolvidos ser muito mais alto do que no Brasil, em alguns casos superando a casa dos 40%.

Isso não acontece quando mantida uma empresa offshore, que não paga impostos nas transações. Eles só existem quando há aproveitamento de lucros apurados. O prejuízo, porém, é a geração de custos anuais para manter a conta e a exigência da estruturação do balanço patrimonial, embora esses custos sejam baixos em relação aos benefícios.

Abrir uma offshore nos EUA, por exemplo, tem menor burocracia e custo, alto nível de segurança, preservação da privacidade e impostos mais baixos. Essa também é uma forma de conservar a titularidade de ativos financeiros em bancos.

Assim, o empreendedor, além de proteger a sua identidade, tem total controle da sua conta, além de ter a possibilidade de investir nos mais diversos produtos financeiros que, por vezes, não está disponível por aqui.

Outras formas de uso de companhia no exterior

A offshore pode, inclusive, servir de holding companies para expandir aplicações em outros países e mercados. A escolha de um local com maior estabilidade política e econômica ajuda a reduzir riscos.

Continuando no exemplo dos Estados Unidos, é bom lembrar que a taxa básica de juros está em baixa por lá, mantida entre 2% e 2,25%. Com esse patamar, ainda é interessante colocar recursos no mercado norte-americano. 

É verdade que com juros em baixa, os títulos públicos norte-americanos sejam, obviamente, menos atraentes, mas existem outros ativos financeiros com possibilidades de maior rentabilidade, mesmo que com riscos mais elevados e que em alguns casos, podem ser bonds com risco de crédito de empresas estrangeiras ou brasileiras, se for do interesse do investidor.

Aplicações em dólar ainda podem ser consideradas um investimento seguro. Aqueles que apostaram nesse tipo de aplicação ao longo dos últimos anos obtiveram bons retornos. No período de 2009 à 2018 o crescimento registrado foi de 82,9%. Isso sem contar o leque de oportunidades que se encontra no mercado estrangeiro. Vale a pena conferir! 

Acompanhar o histórico de elevações e cortes e taxas de de juros na hora de levar os suas aplicações para o exterior é fundamental para a vida financeira de qualquer investidor. A relação entre juros e offshore pode ser sinal de maiores rendimentos para quem acompanha essa relação.

Quer saber mais sobre como investir no exterior? Acesse aqui para obter maiores informações. Até mais!

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