Encontrar os melhores produtos para investir no exterior não é nenhum bicho de sete cabeças. Mesmo para investidores inexperientes ou aqueles que estão procurando segurança, existem opções muito interessantes que oferecem bons resultados para a diversificação da carteira.
A questão é que pouco se fala sobre esse tipo de aplicação, de modo que muitos acham que, ou existe muita burocracia para conseguir aplicar, ou que os custos serão exorbitantes. Porém, com um pouco mais de conhecimento sobre esses ativos, é possível perceber que esse é um mercado bastante promissor.
Aqui, separamos algumas opções interessantes de investimentos estrangeiros disponíveis para o investidor brasileiro.
Como funciona esse tipo de investimento?
Uma das dúvidas que pode surgir em relação a esse tipo de investimento é como ter acesso a eles. O investidor precisa ter conta em uma corretora no exterior e em todos os casos, é preciso estar atento aos detalhes referentes à Receita Federal. Para aqueles com mais de US$ 100 mil fora do Brasil, é preciso prestar contas na declaração do imposto de renda sobre seus valores. Também, é necessário informar ao Banco Central em um documento específico de bens no exterior.
Para os investidores pessoa física de renda variável dos EUA, ainda há cobrança de IR de 15% para valores de até US$ 1 milhão, e 30% para superiores a US$ 20 milhões, sempre sobre o lucro obtido e pago no mês seguinte por meio de um DARF.
Não é possível abater prejuízos vinculados à bolsa dos Estados Unidos no imposto. Como a apuração dos ganhos é feito na moeda nacional, vendas de ações que fiquem abaixo de R$ 35 mil por mês estão isentas.
Para aplicações de renda fixa, o imposto recai sobre os rendimentos de acordo com a tabela progressiva, com alíquotas entre zero e 27,5%. Além disso, há o IOF para a remessa de recursos para fora em que são cobrados 1,1% sobre o valor caso a remessa seja feita entre contas de mesma titularidade.
Como esses investimentos ajudam na diversificação?
A diversificação é uma das principais estratégias para maximizar suas chances de ganho dado um nível de risco. Na prática, ao ter o capital dividido entre aplicações de renda fixa, variável etc, caso um ativo esteja com um mal desempenho, outro investimento melhor consegue compensar o resultado da carteira, caso as correlações entre os ativos sejam minimizadas.
No caso de compor o portfólio com aplicações estrangeiras, é possível proteger a carteira em cenários adversos da economia brasileira ou simplesmente reduzir o risco de se ter o patrimônio alocado exclusivamente em economias emergentes.
Quais são os 5 melhores produtos para investir no exterior?
Já que conhecemos as principais informações sobre esse tipo de aplicação, a seguir, vamos conhecer algumas opções disponíveis no mercado caso opte por iniciar as aplicações no exterior via pessoa física.
1. ETFs
Os Exchange Traded Funds são um tipo de investimento bastante conhecido quando o assunto são ativos estrangeiros. Estão disponíveis na bolsa e são fundos de investimentos que se baseiam em índices do mercado. O objetivo é “copiar” uma carteira de um índice.
São operados como uma ação, porém, uma cota pode representar uma carteira com diferentes ativos. É possível, inclusive, investir em ETFs que replicam o índice S&P. As operações desse ativo são tributadas em 15% sobre o lucro e não é isenta a venda de cotas abaixo de R$20 mil mensais.
2. Bonds
Podem ser considerados como os títulos de renda fixa internacionais. São emitidos tanto por um país, conhecidos como treasury bonds, quanto por empresas, corporate bonds. O investidor recebe o lucro de acordo com as taxas de juros atreladas a esse ativo. O objetivo principal desse investimento é captar recursos para as instituições, e eles têm um prazo de existência ou vencimento que disponibilizados no mercado. É comum nos EUA encontrarmos os bonds perpétuos, sem data de vencimento, onde a empresa tem uma opção de recompra em uma data futura preestabelecida.
A maioria dos treasury bonds oferecidos tem a garantia do Tesouro Nacional do país de origem. Já no caso de empresas, o investidor deve procurar se informar sobre o prospecto da emissão.
3. BDRs
BDRs é a sigla para Brazilian Depositary Receipts. Trata-se de títulos que representam ações de empresas estrangeiras e que são negociados no mercado de ações brasileiro.
Existem dois tipos de BDRs: o patrocinado (níveis 2 e 3) em que a empresa responsável pela emissão do título contrata uma instituição para depositá-lo e passa pelos mesmos procedimentos das empresas brasileiras no que tange as informações que se comprometem a informar ao mercado brasileiro; e o não patrocinado (nível 1), em que a instituição depositária é a responsável por emitir os certificados, sem envolvimento da empresa estrangeira. Os custos são os mesmos de uma ação, como pagamento de taxas de custódia e emolumentos, tarifa de corretagem e imposto de renda de 15% sobre os ganhos.
4. Fundos de investimentos
Essa é outra forma bastante simples de se adquirir aplicações estrangeiras na carteira sem ter que realizar qualquer remessa ao exterior.
Esses fundos precisam cumprir algumas regras para operarem, e a principal delas é manter seu portfólio com pelo menos 67% de ativos estrangeiros. Neles também incide a cobrança de 15% sobre o lucro caso sejam compostos de ações (FIA IE). Mas se tiverem ativos de renda fixa e multimercados e superando um terço do patrimônio do fundo, utilizam a tabela regressiva (FIM IE).
5. Ações no exterior
O último tipo de ativo que mostraremos são as ações de empresas do exterior. São papéis disponíveis na bolsa e, para aplicar, o investidor precisará ter uma conta em uma corretora internacional para acessar as possibilidades do mercado de outro país.
Além disso, os mesmos cuidados que se tem com as ações de companhias nacionais é preciso ter com as estrangeiras. Sendo assim, é importante que o investidor tenha um conhecimento mais apurado sobre a empresa do seu interesse, como o desempenho dela a longo prazo, sua posição no mercado, dados contábeis, entre outras informações.
Bem, terminamos aqui o nosso apanhado sobre os investimentos estrangeiros aplicando através da pessoa física. Destacamos que além de serem uma ótima alternativa para a diversificação, eles também são bastante vantajosos para quem procura bons retornos em uma moeda forte. Sempre existirá a opção da abertura da offshore para que o investidor usufrua da eficiência tributária, levando em considerações os custos transacionais e de manutenção.
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